Câmara de Jacareí marca presença em reunião da CPI das Santas Casas

Vereadores de Jacareí marcaram presença na primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Santas Casas, instaurada na Assembleia Legislativa (Alesp) para investigar o sistema financeiro da instituição filantrópica no Estado de São Paulo.

O encontro, realizado na manhã de segunda-feira (21) nas dependências da Santa Casa de São José dos Campos, contou com a participação do presidente da Câmara de Jacareí, Arildo Batista (PT), dos vereadores José Francisco (PT), Edgard Sasaki (DEM) e Valmir do Parque Meia Lua (PSD), além do secretário municipal de Saúde, Antonio de Paula Soares e da superintendente da Santa Casa de Jacareí, Meire Cristina Ghilarducci.

Foi a maior representatividade parlamentar da região presente na reunião, conduzida pelo deputado estadual Afonso Lobato (PV), de Taubaté, relator da CPI. Além dos vereadores de Jacareí, estiveram presentes e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) dos municípios de São José dos Campos, Taubaté, Caraguatatuba, Ubatuba e São Luiz do Paraitinga.

Qualidade – Segundo Arildo, a participação dos vereadores serviu para demonstrar o apoio da Câmara de Jacareí aos trabalhos da comissão. “Nosso compromisso foi mostrar que a Câmara de Jacareí está à disposição da investigação para auxiliar os trabalhos naquilo que for necessário, pois nosso objetivo é simplesmente ajudar a Santa Casa”, afirma.

Para o presidente, o principal problema da instituição está relacionado à qualidade da gestão do governo estadual em relação ao atendimento referenciado. “O Estado, infelizmente, não tem utilizado de forma eficiente os recursos que cada região tem, gerando mais custos e causando transtorno aos pacientes”, relata.

Ainda segundo Batista, “o interesse da Câmara é de que, após a conclusão dos trabalhos da comissão, as Santas Casas consigam junto ao governo paulista instrumentos administrativos e financeiros para minimizar as dificuldades de gestão, para prestar um melhor atendimento aos pacientes”, conclui.

Na opinião do vereador José Francisco (PT), é preciso o envolvimento unilateral do poder público e da população para a proposição de políticas públicas voltadas à qualidade do serviço prestado na rede de saúde. “Precisamos unir esforços se quisermos ajudar a resolver os problemas referentes ao SUS em nossos municípios”, pontua.

Apoio – Presentes na reunião, os vereadores Edgard Sasaki (DEM) e Valmir do Parque Meia Lua (PSD) foram solidários ao andamento das investigações da CPI. “A Assembleia Legislativa possui estrutura para investigar o sistema financeiro das Santas Casas em todo o estado, e o vereador poderá auxiliar a comissão com informações específicas nos municípios”, disse Valmir.

Para Edgard, a preocupação é quanto ao futuro da maior unidade de saúde pública de Jacareí. “Se a prefeitura deixar a intervenção da Santa Casa e devolvê-la para a Irmandade, como ficaria os cerca de 200 leitos SUS existentes no hospital?”, questiona.

Dificuldades – A superintendente da Santa Casa de Jacareí informou que a reunião foi uma oportunidade para que gestores apresentassem suas demandas e dificuldades na administração financeira nas unidades da região. “É preciso que o Governo do Estado redefina a rede de atendimento SUS nos 39 municípios que compõem a região, identificando as unidades de referência e contra-referência para que a gestão administrativo-financeira seja mais eficiente, inclusive em suas relações qualitativas com o paciente”, afirma.

Outro aspecto que compromete a qualidade do atendimento, segundo Meire, é o subfinanciamento do SUS para a realização de procedimentos, em especial na média e alta complexidade – como cirurgias e consultas neurológicas, por exemplo. “Para consultas com especialidades, o repasse é de R$ 10,55, mas existem procedimentos que têm custo inicial de R$ 300,00, e este déficit financeiro é coberto pelos municípios e pelos hospitais filantrópicos”, explica.

Na opinião da gestora, é preciso a união de forças entre municípios, Estados e Governo Federal para oferecer serviços de melhor qualidade aos pacientes SUS. “Caso contrário, não iremos avançar. Existem hospitais que possuem demanda ociosa, ao passo que outros estão superlotados, e isso é uma questão fundamental a ser resolvida urgente”, conclui Ghilarducci.

Legenda – A superintendente expõe aos membros da CPI as dificuldades na gestão administrativa e financeira da instituição filantrópica, em Jacareí

Crédito – Gabinete da Presidência/CMJ

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